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  • Foto do escritorNorman Arruda Filho

Buscando a inovação?

Segundo o estudo GEM – Global Enterpreneurship Monitor – lançado em fevereiro -, 98,9% dos empreendedores iniciais não acreditam que seus produtos ou serviços são inovadores. Já entre os empreendedores estabelecidos, o número é ainda maior, 99,4% não enxergam a inovação em seus negócios. Embora curioso, este não é um fato novo. De acordo com o Índice de Inovação Global 2012, o Brasil continua na rabeira no ranking de 141 países estudados, ocupando hoje o 58° lugar.


Estes dados são reflexo do atraso histórico brasileiro em relação aos países desenvolvidos. Com tantos planos monetários, instabilidade política e inflação a níveis assombrosos, era de se esperar que a cultura da inovação não tenha se consolidado como uma das práticas de gestão nacional. O investimento em inovação também é um sério problema. Para os padrões europeus, o investimento deve ser de algo em torno de 2% do PIB e o Brasil ainda não está nesse patamar: o valor destinado à inovação em 2011 foi de R$ 6,2 bilhões.


Isso nos leva a mais um exemplo de como o mercado acaba influenciando diretamente a academia. Até pouco tempo atrás a produção científica no Brasil ainda era inexpressiva e não tinha um foco dirigido para as áreas que mais demandam a produção de conhecimento. Como disse Glaucius Oliva, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em sua recente entrevista para a Revista Veja, o bordão no meio acadêmico em tempos não muito longínquos era “produza alguma coisa, não importa o que nem para quê".


Ainda nesta relação entre academia e mercado, o Brasil ainda precisa vencer barreiras tradicionais como o fossilizado, porém existente, protecionismo acadêmico sobre suas pesquisas. Ao invés incentivar seus docentes a trabalhar junto às empresas e oferecer o conhecimento produzido para consumidores, a maioria das universidades parece fazer muito pouco para superar este abismo histórico.


A favor da inovação no Brasil está a atenção que algumas áreas do governo e instituições acadêmicas de caráter parecem dispor. Desde 2008, o Ceará conta com uma Lei de Inovação que dispõe de medidas de incentivo à inovação tecnológica, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à extensão tecnológica em ambientes produtivos e sociais. A Lei direciona ainda uma especial atenção às micro e pequenas empresas.

Cabe a nós, empreendedores, não deixar este tipo de oportunidade passar.


Norman de Paula Arruda Filho – Presidente do ISAE/FGV, membro da diretoria do Comitê Brasileiro do Pacto Global e um dos mobilizadores dos Princípios para Educação Empresarial Responsável da ONU no Brasil.

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